20 de janeiro sábado
Acordei cedo, tinha muita coisa a fazer. De manhã ajudei a mamãe com e casa, depois com o almoço. E a cozinha sobrou pra mim, claro!
Em compensação minha mãe fez minhas unhas dos pés e das mãos. Me perguntou porque estava me produzindo toda e respondi que era porque ia sair com o Dudu, aí ela veio aquele sermão de todas as vezes. Pra tomar cuidado e blá blá blá, eu até já o decorei.
Bom, quis ficar bem bonita mesmo! Tomei banho, prendi o cabelo com duas estrelinhas do lado, vesti uma blusa rosa e saia, com uma sandália baixa. A maquiagem estava de levinho, só um batom de cor mais escura, um colar e posseiras. O toque final? Óculos escuros lógico! Adoro óculos!
Encontrei com o Dudu as 17:00 no parque, foi muito divertido! Além de andar, contar piada comer maça do amor, ver os animais, sentamos em baixo de uma árvore e conversamos bastante. Posso dizer que conheci mais, um lado de garoto apaixonado dele que eu não conhecia. Na escola ele sempre foi brincalhão conversava com todo mundo e mal olhava pra mim, mas hoje não .... a atenção dele ela exclusivamente especial a mim!!
Cheguei em casa as nove da noite, depois do parque passamos em uma sorveteria, e ainda ficamos na porta de casa conversando muito tempo antes de ele ir embora
- Gostei do dia hoje! – disse ele
- Nossa também gostei!
- Que bom ... – nesse momento ele parou e ficou me olhando, como se quisesse dizer algo mas não tinha coragem.
- O que? – incentivei ele a falar, sendo qualquer coisa que ele quisesse.
Ele riu.
- Não sei se é cedo mas...- parou de falar olhou pra baixo e depois olhou pra mim de novo. Continuei quieta esperando que ele continuasse – bom, as nossas aulas já vão começar agora no inicio do mês e eu estava pensando se...- pausa de novo. Eu já estava ansiosa – se a gente poderia começar a namorar,antes que as aulas comece.
Fiquei quieta e calada. Estava surpreendida.
- Isso é se você aceitar é caro...
- Sim! Nossa você me pegou de surpresa....
Ele sorriu e me abraçou me levantando, depois me beijou no rosto.
Quando entrei em casa, estava todo mundo me olhando com cara de interro.
- Ihh, o que foi gente?
- O papai voltou – disse a Bárbara
- Então era pra todo mundo ta feliz! – disse eu.
- É mas ele chegou com más noticias – falou o Marcus parecendo muito chateado.
Não deu nem tempo de perguntar o que era, meu já entrou na sala nervoso e quase gritando.
- Onde você estava mocinha?
- Sai – respondi
- É só eu virar as costas que essa cara vira uma bagunça! Não acredito que eu sou o único a ....
Nesse ponto eu já estava muito nervosa, por meu pai estar gritando comigo daquele jeito, não esperei ele terminar a frase e fui já me defendendo.
- Pai, porque está gritando? Eu só fui andar um pouco! E em vez de chegar em casa e abraçar seus filhos, você chega e grita! O que ta acontecendo? Eu não tenho culpa dos seus problemas...
Ele parou olhou pra mim e em seguida para os meus dois irmãos que estavam no sofá ao lado. Como se tivesse acontecido um clique ele percebeu que não havia motivos pra me tratar daquele jeito. Soltou um suspiro e disse: “Tudo bem... subam os três já!”
Eu e meus irmãos saímos rapidinho da sala. Entrei no meu quarto e a Bárbara veio logo em seguida.
- O que ta acontecendo? - Perguntei a ela
- Uma coisa muito grave! – ela pegou a boneca abraçou e sentou em cima da cama. – ele mal chegou e já entrou pro escritório com a mamãe, e pelo visto brigaram – olhei pra minha irmã, seus olhinhos estava cheio de água.
- Será que eles vão se separar? - Perguntou ela
- Claro que não – respondi – De onde você tirou essa idéia ?
- É que la na minha sala, tem muitas meninas com os pais separados – ela parou e abafou um soluço de choro, sentei me ao lado dela – Não queria que isso acontecesse com o papai e a mamãe.
- Não, isso não vai acontecer... – passei as mãos nos cabelos dela – Eu prometo!
Só tinha um detalhe... estava prometendo uma coisa que nem eu sabia se iria acontecer...
Acordei no meio da madrugada, olhei no relógio era 1: 37. estava muito quente, levantei e abri a janela. Olhei pra minha irmã. Dormia como um anjo, seus pequenos suspiros eram rítmicos. Desci pra tomar água, passei perto do quarto da mamãe e vi que a luz ainda estava acesa através da fresta da porta. “que estranho” pensei. Quando voltei com a água escutei um barulho vindo do quarto dos meus pais. Parei. Quieta por um estante e com os ouvidos aguçado escutei algo parecido com sussurros.
- Não dá mais Carla!- era a voz de meu pai.
Me aproximei mais.
- Tudo bem! Eu já fiz de tudo, quem sabe você tem razão mesmo. Mas acho que ainda deveríamos ficar aqui a minha mãe nos ajuda e...
- Não! Você não entende? Eu não quero mais viver das custas de sua mãe. To cansado de seu pai me perguntar como vão as finanças. EU quero cuidar da minha família sozinho.
- Mas você acha que eles irão se habituar? Seria pedir de mais a eles...
- Sei que entenderão meus motivos...
- Augusto, se você acha melhor então a gente conversa amanhã com as crianças...
Não escutei mais nada. Voltei pro meu quarto mas não consegui mais dormir.
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